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terça-feira, 21 de setembro de 2010

amiga?

Espero que você seja madura o suficiente para ler isto até o fim, e não fazer birrinha e apagar antes de ler.

Bem, primeiramente, espero que aceite essas críticas de modo construtivo.

Muitos intelectuais modernos acham que uma conversa sensata, uma discussão com fins de acordo, de conciliação, deve ser fortemente sustentada numa relação recíproca de ouvir e falar.
Ou seja, quando um fala, o outro ouve e espera a sua vez de falar, e assim segue-se o ciclo.

O que ocorreu numa noite em que fomos a um bar, não foi o recomendado por esses intelectuais. Você, quebrou essa relação recíproca de ouvir e falar. Eu te ouvi, deixei você falar até o final, e quando foi a minha vez de falar, não pude fazê-lo. Por quê? Porque a sua infantilidade não deixou isso acontecer. Você fugiu. Fugiu dos seus problemas, e é o que você sempre faz.

É verdade, Milena. Não estou falando isso porque estou puta com você. Eu analisei essa situação várias vezes, e de vários ângulos.

Eu entendo que você passa por problemas, sua vida não é fácil, seu pai às vezes age como um babaca e te coloca lá embaixo. E eu odeio quando ele faz isso. Você é sozinha, não tem um irmão ou algo do gênero para te consolar quando sofre em casa. Fiquei feliz quando ganhou um cachorro, de verdade. Pelo menos algo para te distrair.

Porém, não posso pensar nisso toda vez que você bebe, ou faz algo que me machuca. Eu posso não demonstrar, correr atrás, chorar ou fazer coisas do tipo, mas eu incrivelmente também tenho coração.

Raramente, quase nunca eu choro por alguma amiga. Mas teve um dia que eu chorei por você. Chorei porque juntou tanta coisa, tanta coisa mesmo, que não aguentei. É hipocrisia chegar e dizer: “Estou de mal com você, você vacilou comigo, não te amo mais.”

Como se gostar e desgostar fosse tão simples assim. Claro que fiquei com um ódio mortal e outras coisas mais, mas não tem como deixar de gostar assim. Essa é uma das brigas mais feias que tivemos,e o porquê? Ainda não sei. Tenho minhas dúvidas (que são quase certezas), mas vou omiti-las.

Vamos, Milena, eu acho que nessa situação toda você não se colocou no meu lugar, você afundada nas coisas ruins da sua vida esqueceu que eu também tenho coisas ruins na minha.

Me julgou de maneiras sujas, feias, deprimentes. Não deixou eu me explicar, e isso é a prova mais forte de que você não se pôs no meu lugar. Se realmente me considerasse, deixaria eu mostrar o meu lado. É o que as amigas fazem. É sim, é difícil para você crer nisso, mas sim, as amigas escutam as outras.

“ M: diga a Johanna, se algum dia ela manifestar vontade de vir falar comigo, que ela guarde pra ela. porque eu não vou mais ouvi-la ou falar com ela. ”

Foi isso o que eu recebi numa noite. Ótimo, reconfortante. O que fazer então? Te respeitar, ué.
E foi o que eu fiz, achei meio imaturo esse velho método de “tô de mal, não fala comigo”, que pode ser traduzido como: “Sou imatura, não sei conversar, tenho que ficar de birra, porque não tenho coragem de encarar meus problemas de frente.”

É o que te falta.

Mas eu fui idiota. Você me ligou, depois de ter me dito essa asneira, e o que eu fiz? Te ajudei. Como sempre. Claro, amigas são pra isso. E se a carapuça não serviu, o único motivo de eu ter pedido para você tirar meu nome do meio, é o de que, se a sua mãe soubesse da gente, ela não ia deixar mais você me ver. E era a última coisa que eu queria, mesmo naquelas situações.

Porque pensa bem, o que iria afetar na minha vida se sua mãe soubesse? Eu moro longe, se itaboraí todo soubesse, eu não estaria nem aí.

Aí, continuei com o meu dever de guardar as vontades de falar com você. Você me liga, e pede para eu te ligar de volta. UÉ, VOCÊ NÃO PEDIU PARA EU PARAR DE FALAR COM VOCÊ?
Estranho não?! E o que fica aparente? Que você me tratou como um cachorrinho que está a sua disposição. Pode me dispensar quando quer, mas vem atrás de mim quando acontece algo. Tenho certeza absoluta que se você não tivesse passando por nada, não ia me ligar ou algo do gênero. Claro, não ia precisar de mim. E a situação de eu não falar com você estaria confortável.
Então isso se define sim em egoísmo. Eu te ajudei, porque eu sei que você tem problemas. Mas você não é a única, e eu sei que eu falando algo ou não não fará muita diferença, porque eu não poderia ir aí fazer algo mesmo que eu quisesse.

Não vem me dizer que eu mudei quando vim para cá. Essa desculpa é a mais esfarrapada para o problema. Assumir os erros é a coisa mais difícil do mundo.

Amigos são amigos nos momentos ruins e nos momentos bons, não se esqueça disso.

Como não sou perfeita, eu assumo meus erros, assumo que realmente “te usei” em certas questões, mas não propositalmente, mas porque eu pensava que era recíproca aquela relação louca. Nunca, na minha vida eu iria cogitar a idéia de te machucar de alguma forma.

Eu te amo, eu seria incapaz de te fazer algum mal.

Assumo que me equivoquei e gritei com você em certos momentos, assumo que devia ter te ajudado mais em certas situações, assumo que deveria ser mais pulso firme e não deixado você fazer certas coisas.

Eu não te chamei pro meu aniversário porque eu queria pedir desculpas por algo, te chamei para mostrar que não sou eu quem está com a bochecha cheia, com os braços cruzados e um “tô de mal” colado na testa.

Eu não vou ser tão escrota de te excluir de msn, orkut, essas baboseiras. Afinal, são coisas da internet, coisas bobas. Isso não vai mostrar nada. Bem, acho que sou grandinha o suficiente para tentar resolver as coisas da melhor maneira possível. Acho que sou grandinha o suficiente para lidar com a situação.

Mas a questão é: Será que VOCÊ é grandinha o suficiente?

Não estou falando essas coisas de forma pejorativa. Quero que leia da melhor maneira possível, e não me entenda mal. Eu só quero o seu bem, sério. Só acho que você está se perdendo muito. E isso eu já disse.

Quer resolver isso que nem duas adultas, ou continuar no berço?

Eu gosto de você, para mim tudo bem. Mas se preferir permanecer nessa inércia que está a sua vida, tudo bem também. Eu aprendo a lidar com a situação. Ao contrário de você, eu tenho coragem e corro atrás das pessoas que eu gosto. Então se você não quiser mais a minha amizade, não tem problema. Quer dizer que era para ter sido assim mesmo.

Quem define seu futuro é você. Boa sorte.

Beijos, amo você.
Nane.

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